"Eu prefiro ser a louca do jardim enquanto o mundo ri e faz suas coisas do que ser quem se tranca nessas salas infinitas suas pra nunca entender ou fazer que não sente ou não poder sentir ou ser sem tempo de sentir ou ser esquecido e finalmente não ser." (Tati Bernardi, nossa amiga)

terça-feira, 29 de março de 2011

Coisas de mulher

Bom, nosso primeiro texto de leitora... 
Recebemos esse texto no nosso e-mail com pedidos de publicacao. Ok, pedido atendido!!

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Há alguns anos, arrumei um gatinho. Moreno, alto, gente boa, inteligentíssimo, gato, cara de homem, gaúcho, beijo bom... ou seja, perfeito. Começamos a sair e era sempre tudo mto bom, mas tínhamos um problema: como bom gaúcho que era, ele costumava nao ser mto... como dizer... delicado. Na verdade, ele muitas vezes parecia afiar a ferradura antes de encontrar comigo... Mas eu gostava de conversar (conversar? Sei... ) com ele e por isso insistia naquele rolinho. Até que um dia cansei de ser chamada de "guriazinha" e cortamos relaçoes.
Anos se passaram, esse gauchinho foi morar fora do país e ficamos algum tempo sem contato algum. Até que um dia, ele me chamou no msn para dizer que estava voltando para o Brasil, que queria me ver e blá blá blá... Resumindo, combinamos nosso belo revival após tantos anos longe. 
Primeiro encontro pós-anos e ele era outra pessoa. Sim, ele ainda era ele. A mesma carinha e o mesmo corpitcho - com algumas tatuagens a mais, confesso - mas com uma grande diferença: ele estava beeem querido, beeeem carinhoso e otras cositas mas... Tao irreconhecível a ponto de dormir de conchinha em pleno domingao ä tarde. Nao, alguém havia abduzido o meu gatinho de antes. Eu achei tdo mto estranho. Curti, mas achei tdo mto estranho... rs Trocamos msgs e ligaçoes a semana toda, ele todo querido e eu lá, fria igual a sei lá o quê.. Sábado a noite:
- Mone, liga pro fulano.. chama ele pra sair hj...
- Ah, nao sei... deixa assim como está... Tô de boa aqui sem ele...

Os dias foram passando, ligacoes, torpedos e messenger rolando, novos encontros marcados e nao acontecidos pq eu... bom, eu nao fui. Pois bem. Ele me comunicou que voltaria para o outro lado do mundo novamente e queria se despedir de mim. Achei justo, justíssimo. Marcamos nosso derradeiro encontro e lá fui eu. Trabalhei o dia todo e depois, com a mesma roupa e cara de "dia-todo", fui encontrá-lo. Ele havia alugado um apê na praia e lá estava eu, com cara de tacho. Mal adentrei o recinto, recebi uma cerveja de presente e quando eu pensei que fôssemos iniciar nosso papinho, ganhei um beijo. Era ele! Ele havia voltado!! Percebi entao que o meu gatinho de sempre tinha reaparecido e ele foi como eu conhecia antes: ferradurinhas afiadas e o melhor sexo de todos os tempos. 
Encontro realizado, fui embora. Entendi que eu nao podia demorar mto por la, porque ele ia receber visitas naquele mesmo dia... Além dessa informaçao quase desnecessária, encontrei objetos alheios - femininos - perdidos pelo quarto e tive que responder ä pergunta se eu tinha perdido algum brinco da outra vez em que estivera naquele quarto.  Um ogro. Ok. Fui embora. Entrei no meu carro, sorrisao de orelha a orelha, liguei pras amigas no viva-voz:
- Amigas, tô apaixonada!!!!! rsrsrs

Por essas e outras que eu digo: mulher é bicho burro mesmo!!! hehehehehe
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domingo, 27 de março de 2011

Let it be !

Ando com vontade mesmo de escrever... me faz bem! Aliás, ultimamente uma das poucas coisas que tem me feito bem. O trabalho e o amor não vão lá nada bem assim...

Lembrei de uma história engraçadinha hoje dirigindo pra casa. Mostra meu lado super ciumenta e que não gosta de dividir, principalmente e especialmente homens! Rsrs... Aliás, acredito que seja só isso que não gosto de dividir...

Estávamos eu, algumas amigas do blog e outras tantas amigas em uma micareta alguns anos atrás. Minha única micareta até hoje. E eu e minhas amigas temos uma peculiaridade, fazemos a festa sozinha, é... tipo autistas! Nós e nós num bolha invisível, sempre é assim. Ficamos muito feliz só porque pegamos uma plaquinha de uma carinha e mostrávamos elas pra nós e pros outros. Coisa de doida, doidas e santas mesmo. Lá pelas tantas da festa resolvi olhar pro lado e ver o que existia fora nós. Me apaixonei por um moreno alto, paixonite típica minha. Foquei nele e sendo micareta, ganhei uns beijos e continuamos andando atrás do trio. Minhas amigas ainda estavam na bolha.

Eu tenho estatura mediana e rapaz devia ter seus um metro e noventa, bem meu número. Ele estava atrás de mim e eu baixinha mal dava de ver na multidão. Eis que então, minha amiga que estava mais a frente e não direi o nome, sai também da bolha. Olha pra trás e só enxerga o gatão.... Nem me viu, mas eu observei seu olhar de caça. E ela veia com tudo pra cima dele. Meu espírito de “não compartilho mesmo” me fez se jogar na frente dele.

E no meio do caminho tinha um buraco. Virei o pé nele. O rapaz me ajudou... E minha amiga enfim me observou! E entendeu que ele era meu! Bingo! Venci! Ela não o beijou... rsrsrsrs E eu continuei a pular a noite toda.

E pulava, pulava atrás do trio. Mas quando o corpo foi esfriando a dor foi aumentando. E essa mesma amiga minha não queria ir embora nunca e nós que íamos embora juntas. Acabou tudo e ela lá... Mas enfim, somos assim sempre as últimas mesmo a ir embora... Só que a dor me fazia não ser uma de nós, eu queria mesmo ir embora!

Resultado, estilhacei 3 ligamentos no tornozelo. Usei botinha por um mês, atestado no trabalho e tudo mais. Mas não compartilhei homem! Rsrsrsrs... grandes vantagem!

Mas a gente cresce e amadurece. Hoje não faria isso. Deixaria ser, deixaria estar .. Let it be ! Cada um sabe de si, a vida é um eco mesmo! Aprendi que não é a gente que define quem está ao fica do nosso lado. São escolhas de cada um, e não é rótulo, título ou símbolo que prende alguém a alguém. É uma decisão singular e que independe dos outros.

Boa semana! Espero que todos encontrem pessoas que queiram estar do seu lado porque simplesmente querem, porque simplesmente amam e admiram! Não porque são namorados, noivos, maridos...

Mindy

terça-feira, 22 de março de 2011

Quente ou frio, morno eu vomito!

(acredito que Alice, Amelie e Isabella não andam muito inspiradas, lá vai mais um texto meu)

Eis que hoje no horário do almoço eu passo pelo meio de uma praça, observo certo banco e lembro-me do episódio que julgo definiu a minha personalidade e ações até aqui. Ocorreu naquele lugar, neste mesmo mês há 13 anos atrás (cabalístico!). Foi quando eu olhei para meu primeiro amor, completamente apaixonada e disse: “Sou muito nova para namorar, se for para ser daqui há uns 10 anos te encontro por aí! Não quero me prender a ninguém agora”.

Lembro-me que doeu muito dizer estas frases, chegar em casa e chorar rios de lágrimas, sentir doer o peito mas foi a minha decisão mais acertada. Sou o que sou hoje por conta dela e tenho orgulho do que me tornei. Tenho ainda muito carinho (ou amor?!) por esta pessoa, que depois da minha frase enfática, iniciou um namoro com uma colega nossa e namorou- a por longos 10 anos. E assim nunca mais tive a oportunidade de ele estar sozinho para qualquer mudança de rota em minha vida.

E pasme, sai da praça hoje e dei de cara com ele! Lindo! Apenas o observei de longe, ele passou por mim. Acredito que não tenha me visto. Soube que está casado e fico feliz por sua história com nossa colega ter dado certo. Casou com uma Sandy total (fase pré-devassa), sempre constante, sempre doce, sempre impecável, sempre em casa, sempre regrada. Seu primeiro beijo, seu primeiro tudo foi com ele. Fiquei a pensar o que vivi depois daquele dia. Quantas emoções, quanta inconstância, quantos altos e baixos... Redescobri aquela dor de amor finito diversas outras vezes. Conheci um mundo de oportunidades fora do meu porto seguro, aprendi a cair e levantar sozinha (ou com amigos, mas não com um amor-namoro). Conheci as figuras deste blog, tomei alguns porres, fiz uma faculdade intensa, me apaixonei diversas vezes... E principalmente, quebrei a cara com diversos caras que julguei ser como este meu primeiro amor.

É porque ele é um dos, se não “o” cara mais íntegro que já conheci. Mas retidão não combina comigo. Gosto do frio e calor, do doce e do amargo, da noite e do dia. Sou 8 ou 80. Gosto do novo, do incerto. Gosto de quem agüenta o tranco de estar comigo, porque tem que me conquistar todos os dias, porque se eu não for feliz vou embora. Tem que gostar de aprender sobre o mundo, conversar. Eu gosto de ser o que sou, não o que a sociedade diz que devo ser. Respeito o que sinto, quem amo e acho que sempre fiz menos que muita Sandy por ai.

Claro, por diversas vezes fui rotulada de insana, pra não dizer nomes pejorativos para uma garota que nunca namorou mais que um ano. Que sai com amigas sozinha, vai pra bar, bebe cerveja, paga a conta, tem vida própria, opinião própria, trabalha em mundo masculino, morou sozinha em mil lugares... Fica com quem quer, é fiel aos seus sentimentos e ama intensamente.

Por muitos anos carreguei comigo a dúvida se aquela foi ou não uma decisão acertada, afinal o mundo suporta, mas ainda não ‘gosta’ de mulheres independentes. Hoje ao observar o banco, vê-lo e me enxergar por inteiro não restou dúvidas: sábias palavras aos 14 anos. Amo ser Doida & Santa ...


(Mindy)

segunda-feira, 14 de março de 2011

O fim de cada amor, o início após cada carnaval

Olá! Eu sei que havia combinado com minhas 3 amigas que o tema seria carnaval. Bem propício para o período. Mas eu acabei de dar/levar um fora e preciso desabafar!

E como naqueles momentos mágicos de novo: ele sai do carro e começa a tocar no meu rádio "Bendita as coisas que não sei, os lugares aonde não fui [...] Os espaços que ainda procuro, os amores que eu nunca encontrei!” Chorei pacas... É, dói! Mas aprendi que passa. Pelo menos me permiti viver e pensar o que viver esta história me trouxe de bom.

Em outros tempos eu não teria arriscado tanto. Ele não se parece em nada comigo mas me trazia fogo e acalento. Beijei-o (isso mesmo fui eu que o beijei e fui eu que terminei) no calor do Reveillon em Copacabana, depois de um ano sem achar ninguém interessante, ferida por um antigo amor. Espero que desta vez passe mais rápido este luto.

Nestes dois meses, aprendi que posso gostar de pagode e também posso aprender a correr. Aprendi que a aparência engana e um fortão pode ser o cara mais sensível que podes ter teu lado. Aprendi que é inevitável se envolver, quando se tem coração. Por isso acreditem amigas, se o cara não se envolve, esqueça-o pois ele não tem coração! Você pode entrar na relação querendo curtir, mas o tempo te mostra que sempre há algo belo pra se admirar, pra se gostar.

Acho que me enganei e o tema envolve carnaval. Porque o fim desta história começou no carnaval. Cada um foi pra um canto, em cidades litorâneas e com gente linda. E ai eu descobri que estava apaixonada e que doía vê-lo sendo abordado por outras meninas. Pior é isso, meninas! Doeu saber que o tempo passou e hoje uma garotinha que nasceu em 92 pode ser sua concorrente. Não que seja, pelo menos ele garante que não. Mas eu garanto que o ciúme tomou conta de mim. Insegurança? Talvez... a idade inevitavelmente pesa pra mulher. Mas tenho que aceitar o tempo de cada coisa. Há o tempo...

Terminei agindo com a razão e não com o coração. Poupei-me de viver uma relação de tantas diferenças, já que a vida me ensinou que se pode amar sem “possuir”. Prefiro uma bela amizade a um falso amor. Posso continuar curtindo o pagode e me viciando em corrida.

E guardarei este com um dos poucos, mas intensos relacionamentos que marcaram época e transformações em minha vida.

É, vida nova após carnaval! Que venha 2011 !!

Mindy