"Eu prefiro ser a louca do jardim enquanto o mundo ri e faz suas coisas do que ser quem se tranca nessas salas infinitas suas pra nunca entender ou fazer que não sente ou não poder sentir ou ser sem tempo de sentir ou ser esquecido e finalmente não ser." (Tati Bernardi, nossa amiga)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Rave de Jesus

Todo início de ano é a mesma coisa: empolgação total com as novas metas, necessidade de colocar todos os planos em ação, pra não correr o risco de desanimar. Foi exatamente assim que resolvi me matricular na academia perto de casa, exatamente no dia 2 de janeiro...rs. Sim, como eu disse: sem perigo de desanimar.
Iniciei os exercícios mega feliz, finalmente a vida sedentária chegaria ao fim. Foi nesse ambiente propício à novos desafios (no meu caso é, já que malhar sempre foi um sacrifício), que entre flexões, remadas e supinos, conheci um rapaz interessante por lá. Na verdade, ele era amigo de um amigo, o que facilitou muito a aproximação. Mas...como disse anteriormente em outro texto, os homens daqui não têm atitude, não te convidam pra sair, ainda que demonstrem interesse. Sendo assim, euzinha resolvi convidá-lo para um jantarzinho entre amigos, algo bem light, só para manter contato, rs.
Sabe aquela sensação de leve arrependimento em certos momentos da sua vida? Isso mesmo, eu também senti. Quando o cidadão e os respectivos amigos chegaram, senti uma enorme vontade de me enfiar, em qualquer canto que eu coubesse e que pudesse levar as amigas junto. O tal carinha foi vestido com a mesma roupa que costumava frequentar a academia (regata e bermuda...afff). Enfim, quem está na chuva é pra se molhar e lá estava eu, interessada e desapegada à detalhes. Mas... os amigos também eram meio estranhos. Sim, um inclusive possuía uma tatuagem, de canetinha. Uhum... isso mesmo, tatuagem de canetinha. Uma de minhas amigas (a mais descolada) ficou instigada com aquele visual, não resistiu e perguntou. Ele respondeu, sem o menor pudor, que simplesmente estava testando uma boa tatuagem. Parafraseando o próprio: “quero ver como fico com esse desenho”. Some a isso, um sorrisinho desavergonhado dos amigos.
Sim, leitoras. Nessa hora o arrependimento já crescia sensivelmente. Mas, como a “tatu” era do amigo e não dele, relevei. Eu realmente estava interessada no cara. Eu disse a vocês: “Em Floripa, as opções são escassas”. Bom, saímos algumas vezes, o papo era até legal, eu sempre “evitava” a presença do amigos, mas ALGO estranho pairava no ar. Além do figurino de garotão que ele insistia em apresentar, eu estranhamente não me importava com aquilo, mesmo não tendo mais 20 anos.
Ah, esqueci de mencionar. Um dos amigos era promotor de eventos. Eu e minhas amigas ficamos entusiasmadas, já pensamos em várias festas legais para frequentar e começamos a questioná-lo a respeito dos lugares, do som que tocava, etc, etc, etc. Comemos muito o cérebro do menino, mas ele se esquivava e trocava de assunto. A cada momento, os indícios de estranhamento no ar só aumentavam. Eu realmente estava incomodada com certas coisas.
Resumindo algumas semanas de encontros, comecei a recusar certos finais de semana na companhia do malhadinho. Eu estava muito com “a pulga atrás da orelha”. Certo dia, na academia, durante meus 15 minutos de bike, o cara chega e pergunta se não quero ir à uma festa com ele. Festa que o amigo estava promovendo, que ele sempre frequentava, que era extremamente animada, música boa, blá, blá, blá. Uhull, até que enfim eu descobriria as festas do amigo, pois já desconfiava que era realmente promotor. Ok, decidi aceitar o convite, pensei que seria uma boa oportunidade de me reanimar com o gatinho, já que a euforia inicial já tinha ido pras cucuias fazia muito tempo. Um dia antes da festa, comecei a “investigar” com ele sobre que tipo de festa seria, como deveria me vestir, já que o look depende muito do lugar que você vai (vocês me entendem, neh?). Meio encabulado, mas decidido a me levar ao tal lugar, ele confessa com todo coração: “Na verdade, eu costumo frequentar festas promovidas pela minha religião. Mas são baladas muito divertidas, a galera dança até altas horas. É uma rave. Rave de Jesus!”

Uhum, isso mesmo que vocês leram. O menino era evangélico (nada contra, por favor), mas frequentava baladas religiosas e queria muito que eu entrasse nessa também. Bom, vocês já devem imaginar o que aconteceu, ou melhor, o que não aconteceu. No dia da festa, eu surpreendentemente não pude comparecer, não estava me sentindo muito bem e pedi milhões de desculpas pela ausência.
Bom, acho que ele entendeu o recado. Subitamente saiu da academia e não me procurou mais. Sem querer ser indelicada, mas sendo sincera, não conseguia me imaginar naquela situação, só para agradar alguém.
Leva mal, não. Jesus é o Cara, sou fiel a Ele, mas... rave de Jesus? Não dá!! Quer saber? Fiquei sem o cara, mas continuei na academia, feliz e sarada!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Descobertas

Bom, eu existo sim!
A primeira vista parece que não estou “mega-empolgada” com este blog mas estou. Só que definitivamente tempo é tudo o que eu não tenho no momento. Acabei de chegar de reunião de negócios em pleno domingão e em 1 hora tenho que estar pronta pra sair com o gatinho... E amanhã tem o ganhar pão diário ... enfim!
Não que eu seja workholic, mas hiperativa com certeza!
Tenho pouco tempo pra escrever,mas de hoje não passa! Então vai uma curta história de um tempo muito distante, de quando a mãe ou o pai tem que levar você pra balada.
Eu estava na casa de uma amiga da minha mãe, bem feliz e sorridente pra fazer moral com ela e então ela me levar no lugar que eu queria muito ir. Lá eu encontraria minha paixonite do momento. Nesta casa estava também o filho da amiga da minha mãe, gatíssimo, outra paixonite minha, mais velho que eu uns 5 anos e com a sua ‘namo’ que me ‘adorava’ muito.
Comportei-me direitinho, mamãe se empolgou e pediu pra amiga dela ir com ela me levar no tal lugar badalado. Liguei pra minha amiga, nos arrumamos e nos levaram pro local.
Chegamos lá, entramos e já de cara encontramos nossos amigos fofíssimos. Pois foi começar a dançar eu olho pro lado e estava lá o filho da amiga da minha mãe. Solteiríssimo e belíssimo eu diria... O que poderia ser um prato cheio hoje em dia, na época foi um terror porque pensei: ele vai contar pra minha mãe o que fizer aqui! Rsrs... Mas lembrei: Ele está aqui escondido, então também não irá contar! Só que quando ele me viu, não tirou o pé dali e eu não pude ficar com meu amigo. E também não tinha coragem de dar moral pra ele... (ah se fosse hoje!) Mas até poderia ganhar esta coragem se.... um outro primo meu bem mais velho não aparecesse no lugar. Pois ele apareceu e também fugido da namorada.... E quando me viu, também não saiu do meu lado pra tentar se mostrar um bom moço. Os dois queriam recuperar a fama de bom moço comigo... Mas o resultado pra mim foi: ficar chupando dedo mas a minha amiga não! (Como diz Alice, quem nasce pra ser ferrar nasce... quem não, não...)
Naquela época não era tão simples assim sair. Foram longos dias planejando, longos dias combinando... E dois “valentões” empataram a minha vida pra eu não “dedurar” eles pras ditas cujas... E eu nunca nem cogitei falar nada, só queria beijar minha ‘paixonite’.
Mas o que me marcou nesta história foi descobrir super nova (eu nem tinha 15 anos!) quão terríveis são os homens. Talvez por essa e por outras que namorar nunca esteve nos meus planos juvenis!
Agora, com o retorno de saturno em minha vida espero me libertar destes traumas que me acompanham pelas andanças da vida!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Maldito bolinho

Sempre soube que não sou boa em conhecer sogras e afins... não que eu seja uma pessoa ruim ou problemática, mas sim porque eu sempre dou um jeito de fazer alguma merda no dia das apresentações. Inconscientemente, é claro. E foi isso que aconteceu com a mãe do M.
O tal M. era um guri mto fofo... querido, educado, gato, gostosíssimo e extremamente filhinho da mamãe. Era daqueles que ligam pros pais toda hora pra dizer que os ama e que não dá um passo sem informá-los sobre o seu paradeiro... Eu achava isso lindo. Pois bem. Estávamos ficando há algumas semanas e era tudo perfeito. 
Em um belo dia, fomos comer um bolinho de bacalhau em um barzinho da zona sul, perto da casa dele. Comemos bolinhos, tomamos um chopp e depois resolvemos ver um filminho em seu apartamento. Os pais dele não estavam em casa, óbvio. Aquele ainda não era o dia das apresentações. Ou pelo menos não deveria ser. 
No caminho pro apê, ele resolveu passar no posto de gasolina para comprar cigarro - sim, ele fumava e muito. Quando chegamos ao posto, ele viu uma garrafa de vodka, daquelas menores que vendem em postos de conveniência, e perguntou o que eu achava de comprarmos uma pra gente beber com coca mais tarde, depois do filme. Eu concordei, não vendo problema nenhum numa simples dose de vodka com coca à noitinha... Só que ele se empolgou e comprou DUAS garrafas. Já sabem onde isso vai dar, né? Sintam o cheiro de merda no ar...
Ele ligou pros pais e disse que nós iríamos pro apartamento ver um filme, - que fique bem claro que os pais dele sabiam da minha existência e me tratavam como a "namorada do fulano" - só que quando chegamos lá resolvemos inverter a ordem das coisas. Ao invés da combinação FILME - VODKA, fizemos VODKA - FILME. Aliás, que filme? Iniciamos nossas doses de vodka com coca e acabamos com a primeira garrafa e metade da segunda. Imaginem como ficamos? Daquele jeito.... bêbados, bêbados e bêbados. Resultado? Fomos pro quarto e caímos no sono. Eu dormi como um bebê no quarto dele, na cama dele e nem vi quando os pais dele chegaram. Meu Deus. No meio da madrugada, meu estômago, fígado, baço, ou seja, todos os meus órgãos começaram uma revolução para expulsar aquela vodka toda do meu corpo. Sim, comecei a(s) sessão(ões) de vômito. E adivinhem? Acordei a casa inteira com o barulho e a movimentação de alguém que está querendo jogar fora todas as tripas. Acordei a mãe dele, que até então eu não conhecia pessoalmente,   acordei o pai dele, que já era um senhor, e ainda tive que engolir a mãe dele me ajudando no banheiro enquanto me comia no esporro e dava esporro nele também. E ele, o M., com aquela cara de quem não fez nada, só dizia:
- Mas, mãe... a gente não bebeu nada.... Deve ter sido o bolinho de bacalhau que a gente comeu antes de vir pra cá! 
- Bolinho de bacalhau ??? Eu encontrei duas garrafas de vodka na sala, uma vazia e uma pela metade, e você vem me dizer que um bolinho de bacalhau fez mal????? Eu já disse que não quero vc bebendo vodka! Olha o estado dessa menina!!! 
A mulher estava enlouquecida. E o pior, com razão.
Bom, nem preciso dizer que passei a noite inteira conversando com o vaso sanitário da família T. No dia seguinte, acordei com uma ressaca moral que ninguém no mundo faz ideia. Quando eu abri o olho e me dei conta de onde estava e me lembrei mais ou menos do que tinha acontecido, não queria sair do quarto. A vergonha era tanta, mas tanta, que eu preferia arriscar um voo do 12º andar a ter que encontrar a família dele no café da manhã. Mas não teve jeito, tive que sair. O M. já tinha acordado e provavelmente conversado com os pais, pq qdo eu apareci na cozinha, ninguém mencionou nada sobre o acontecido. Me deram bom dia,  água (por que será?) e café preto. Eu não bebo café, mas naquela altura do campeonato, eu não estava em condições de falar absolutamente nada. Tomei o que me deram e fiquei tentando manter a conversa com a mãe dele, que disse que ficou preocupada comigo - isso depois de dizer a frase clássica "Ah, você é a Isabella! Que bom te conhecer". Porra nenhuma, ela deve ter pensado: "essa vadia tá fazendo meu filho beber igual a um porco e depois ainda vem vomitar no meu banheiro". ... Mas como disse, ela podia pensar o que quisesse... eu tinha me queimado e feio com a família tradicional e amorosa deles... rs
Bom, como desgraça pouca é bobagem, não parou por aí... Eu já disse que o M. fumava horrores, então, àquela hora da manhã, ele passou pela cozinha com um cigarro na boca e eu, querendo ser simpática, disse pra mãe dele, que estava na mesa comigo, fazendo a social:
- O M. fuma tanto... sempre falo pra ele parar pq isso faz mal e tal... mas ele não me escuta....
Aí, a mãe dele, com uma cara nada simpática, levantou da mesa, pegou um cinzeiro, acendeu um cigarro e respondeu:
- Aqui em casa todos fumamos bastante. Já estamos acostumados.
Depois de mais uma bela mancada, resolvi calar a minha boca e me mandar dali. Eu já tinha megaextrapolado a minha cota de queimação de filme. Tomei um banho, coloquei minha roupitcha e dei no pé. Preciso dizer se o namoro foi pra frente  ou se eu voltei a ver o senhor e a senhora T. na vida.... ? Acho que não, né...  O gatinho eu continuei pegando mais algum tempo, mas frequentar a casa dele... isso aí  só na próxima vida, quem sabe... rs

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O linguacóptero

Fiquei aqui pensando com qual das milhões de históricas bizarras cômicas eu começaria este blog... Pensei, pensei e pensei e acabei selecionando uma que me aconteceu há muitos anos... Ainda na época da adolescência - isso comprova a minha teoria de que quem nasce pra se ferrar, se ferra desde novinha... rs. Bom, comecemos então.
Eu tinha uma grande amiga que se apaixonou por um carinha da Marinha. Só que como eu disse antes, nós éramos novinhas, então, para sair ou montar qualquer esquema, precisávamos sempre da parceria uma da outra.... Pois bem. Ela se apaixonou por esse tal carinha e precisava de companhia para encontrá-lo. Eis que surge então aquela velha combinação de pares... Ela marca com ele em algum ponto da cidade e para disfarçar pros pais, leva a amiga, que no caso era eu. E ele, em contrapartida, leva um amigo pra mim... A Alice sempre diz que esses encontros de pares nunca dão certo, mas nessa época, eu ainda não sabia disso. Lá fomos nós.
Bom,  o tal amigo - que seria o "meu" - era bem gatinho. Rosto bonito, cara de intelectual, usava óculos (que eu amooo), fortinho, se vestia super bem, cheiroso... Enfim, era bem agradável aos olhos e aos demais sentidos. Conversamos, conversamos e conversamos. Mas não ficamos.
Daquele dia em diante, passamos a nos encontrar diversas vezes... às vezes comíamos um lanche, em outras, eles ficavam no portão de nossas casas batendo papo. A minha amiga sempre beijava o carinha dela, mas eu, como era mais lerda, ainda não tinha beijado o meu. Apesar de me sentir atraida por ele... vai entender. 
Até que um belo dia, surgiu uma festa de debutantes pra gente ir - eu disse que éramos novinhas - rs. Pronto, finalmente eu ficaria com o tal menino, que chamarei de A. Chegou o dia da festa. Fomos aos pares: minha amiga e o gatinho milico dela e eu e o A. Coisa linda. Em determinado momento da festa, o A. disse para darmos uma volta fora do salão de festas, para ficarmos mais...hum...digamos, mais "à vontade". E eu fui, né.
Quando chegamos do lado de fora, ele veio com um papinho de cerca-lourenço e até que finalmente começou aquele momento em que as cabeças se aproximam e os rostos se inclinam... mas, qdo íamos finalmente nos beijar, ele parou tudo. E soltou: 
- Tenho que te falar uma coisa antes...
- ?
- É que uma vez eu fiquei com uma menina e ela me disse que eu não sei beijar.... Então, depois que a gente se beijar, eu queria que vc me dissesse se eu sei  ou não... porque como eu não sou daqui e ela era daqui, de repente os beijos são diferentes...

Eu juro que ele falou isso e eu pensei: "Me fudi. Fato." Mas, sempre achei que quem está na chuva é pra se molhar, então... beijei o bonitinho... MEU DEUS!!  Quando ele me beijou - se é que eu posso chamar aquilo de beijo - eu entendi perfeitamente o que a menina sentiu qdo disse aquilo pra ele. Não, ele realmente não sabia beijar. Ele não sabia NADA sobre beijo. Nada mesmo!!! Ele fazia movimentos estranhos com a língua, como se fosse um "linguacóptero", sabem? Ficava girando freneticamente a língua dentro da minha boca, ou então tirando e colocando, completamente sem ritmo...Meu Deus. Enquanto eu percebia todos aqueles movimentos estranhos dentro de mim, pensava: "Caraca,  o que eu vou dizer pra esse moleque??". Enfim - e graças a Deus - acabou o beijo  e ele me olhou com aquela cara de quem havia feito o seu melhor e mandou:
- E aí, eu sei beijar ou não?  O que vc achou do meu beijo?
Saia justa do caralho. Acho que foi a minha primeira e por isso inesquecível.... Eu queria fugir, sair correndo, cair dura no chão, simular um ataque cardíaco fulminante, mas não dava.. Éramos só nós dois naquele lugar ermo e ele com aquela cara de feliz esperando a resposta... Não, eu não podia magoar o menino...
- Seu beijo... hum... é.... normal.
Foi tudo que eu consegui dizer... Ele parece ter ficado mega satisfeito com a resposta. Tentou me dar mais um beijo, como que agradecimento pelo peso peso tirado das costas, mas eu, sábia e malandra, desviei o rosto e disse:
- Acho melhor entrarmos.... as pessoas devem estar nos procurando....

E o pior de tudo é que ele era gatinho pacas.... E eu não me conformava como um cara tão charmoso e atraente como ele podia beijar tão mal! Mas beijava... Aliás, não é nem que beijava mal, ele Não SABIA beijar!! Coitado. Voltamos pra festa e encontramos a minha amiga feliz da vida com o marinheirinho dela - que provavelmente sabia beijar. Acho que nessa época eu descobri uma coisa muito importante sobre a vida: uma mentirinha pode salvar a vida de alguém e ao mesmo tempo foder com a sua.... Digo isso porque minha amiga estava apaixonada e continuou ficando com gatinho dela e isso significa o quê? Que eu era "obrigada" a ir juntos a todos os encontros seguintes e ficar com o linguacóptero.... Devo ir mesmo pro céu por isso... rs Época difícil essa....... Maaaas, ainda bem que crescemos e hoje em dia não precisamos mais desses encontros de pares. Por isso, mais do que nunca:  Viva a maioridade!!! 

Floripa, celeiro de gatos?

Nossa, que satisfação escrever meu primeiro texto para o blog, tão planejado e desejado por nós. Bom, essa primeira história não é exatamente um caso específico que me aconteceu, é mais um desabafo de situações tão recorrentes... Sim, eu sei que não acontecem apenas comigo, por isso resolvi compartilhar com vocês, queridas leitoras. Vamos lá.
Essa semana, assistindo a nova novela da Globo (tá, sou super noveleira), me deparei com uma frase curiosa e, por que não dizer, mitológica, de uma atriz que se referia à quantidade de homens bonitos em Florianópolis. Nessa mesma hora, parei e pensei: "Afff... só se for na cidade cenográfica." rs
Conhecem Floripa? Pois é, todos deviam conhecer. Cidade linda, encantadora, comida boa, gente educada, lugares perfeitos... mas, como todo paraíso tem um pouco de inferno, o diabo resolveu avacalhar com as mulheres. Escolheu a dedo, lá das profundezas, os homens que aqui viveriam. Sem brincadeira, são os caras mais acomodados, sem atitude, mal vestidos que já conheci. Como diria uma amiga minha, também membro deste blog, “meia esticadinha e casaco com touca, não dá”! Os homens de Floripa são seres que ainda precisam ser estudados e decodificados. Acho, inclusive, que daria uma boa tese!
O pior, o pior de tudo, são as pessoas te perguntando o tempo todo: “E ai, já está namorando? Não? Por quê? Ai, sabe o que eu acho? Você é muito exigente!” Bom, nesse momento você para, respira fundo, e dá a célebre resposta (que nem a você convence mais): “Sabe o que é? No momento estou priorizando os estudos, a carreira, blá, blá, blá...” Prioridade p%# nenhuma. A explicação é simples: Não tem homem DISPONÍVEL E INTERESSANTE nessa cidade. Não tem!
Na verdade, existem três situações analisadas e comprovadas após muitos anos de observação: 
Situação 1. Você sai na balada, entra um cara sozinho, você e suas amigas se olham, comentam e se empolgam. Nesses 5 segundos de euforia, entra a namorada, linda, loira e gostosona. Sim, ela veio, logo atrás (bem comum em Floripa são os homens andarem na frente das mulheres...). Esse é um ponto crucial a se abordar. Realmente a mulherada aqui domina. A concorrência é cruel. Não significa que não sejamos lindas, interessantes, atraentes. Nada disso. Eu me garanto. Mas há mulheres que parecem ter saído de laboratórios, diretamente para as praias e baladas. Triste mas é assim.
Bom, passemos a situação 2: Como tudo o que está ruim pode piorar, novamente você vê chegando um homem interessante. Arruma os cabelos, limpa o canto da boca e...pasmem. Em seguida, aparece o namoradO dele (algo muito, muito comum em Florianópolis). Os dois se abraçam e vão dançar, loucamente, nas pistas. Bom, mas a noite ainda não acabou. Sempre resta uma terceira situação e essa é a mais delicada, requer algum tempo de experiência...
Situação 3. Você observa um cidadão, copo na mão, olhando pra você e sua dança sensual. Você dá um look no visu dele, confere e vê que não está tão ruim assim. Tá... a noite passa. O cara te olha, olha, mas... nada faz! Queridas, se o cara for nascido e criado em Floripa você vai esperar a noite toda!!! Por isso, espere sentada. O fato é que os homens daqui não chegam em você. Raros, poucos, muito poucos. Nunca descobri se é medo, se é autoconfiança ou arrogância, enfim... Se você estiver numa roda de amigos, sentada em volta de uma mesa, na fila de algum lugar e de repente aparece alguém pra conversar, pode apostar: esse cara não é daqui.
Então é isso, caras leitoras. Não se iludam com novelas, propagandas, programinhas de TV. Se alguma vez ouvir a frase “Floripa é um celeiro de gatos”, acredite, isso só pode ser licença poética.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O psicopata


Era uma daquelas noites muito quentes de verão. Isabella e eu decidimos sair pra dançar, conhecer gente nova e dar umas boas risadas. Eu estava particularmente motivada a tentar me afastar (mais uma vez) do meu Mr. Big (é, como a Carrie Bradshaw também existe um Mr. Big na vida de Alice) . Então lá fomos nós, bem felizes da vida. Só que o calor era tamanho que acabamos nem entrando em bar algum. O centrinho da Lagoa estava animado e foi por ali mesmo que ficamos. Voltinha pra lá e voltinha pra cá, interagimos com gente de praticamente todas as regiões do país. Até que um paulistano chamou minha atenção. Conversamos – não sei o que, mas a conversa parecia boa pois até o meu número de telefone eu passei pra ele, combinamos de nos encontrar de novo, e nos beijamos. Ali eu comecei a suspeitar que algo estava errado com ele. Explico: foi só um beijo, mas quando eu abri os olhos me deparei com um olhar que me deu...medo! Devia ter parado por ali, mas sabe aqueles dias que você quer tanto conhecer gente interessante que acaba acreditando que qualquer um é? Acho que era um desses dias pra mim. Por fim, Isabella e eu fomos embora. No caminho para casa recebi uma mensagem de texto gigante dizendo o quanto a noite havia sido boa, que eu era isso e aquilo, convidando pra fazer alguma coisa e muito mais blá blá blá. Achei exagerado, mas pensei "ok, vai ver é só um cara excessivamente carinhoso, respondo amanhã!". Ao chegar em casa, por volta de 4 horas da manhã, foi eu deitar na cama e o telefone tocou. Atendi rápido achando que poderia ser urgente. Não era. Era o fofo, revelando ser na verdade um psicopata. Sim, porque além de não esperar o dia seguinte pra ligar ou a resposta para a mensagem anterior, o motivo da ligação em plena madrugada era marcar local e hora do encontro do dia seguinte. E eu só pensava: "Oi? Que p**** é essa?". Despachei o cara. Mas ele gostou disso e passou os dias seguintes me ligando e me mandando mensagens relatando t-o-d-o-s (sem exagero) os passos de suas férias. Resolvi dar uma chance pro psico (ainda estava em dúvida se ele era psico ou se era eu que não estava acostumada com carinhas assim) e saímos algumas vezes durante aquela semana. Por via das dúvidas, somente em lugares públicos! Até que - enfim - chegou o dia em que a minha dúvida foi sanada. Estava em um bar com uns amigos e disse pro psico nos encontrar lá. Ele foi. Quando chegou finalmente eu percebi quem ele era (foi como se até então eu estivesse usando óculos com lentes embaçadas e de repente elas voltassem a ficar limpas). Ele estava com uma roupa estranha (sabe uniforme de cobrador de ônibus? Igual!), e aqueles olhos esbugalhados. Muito! Como eu não vi aqueles olhos esbugalhados antes???? Sem explicação! Bom, ele se juntou ao grupo e eu já caindo em mim comecei a manter uma distância segura. Nisso, o carinha que a Isabella estava saindo ligou pra ela e nos convidou para um churrasco. Acabou que o convite escapou para o psico também, que não hesitou em aceitar. Lá no churrasco não conseguia deixar que ele encostasse em mim (que medo daqueles olhos!) e o querido então resolveu dar início a uma DR como se já estivéssemos juntos há anos! Queria saber por que eu havia mudado e por que eu estava estranha, e eu, não podia deixar passar essa oportunidade. Disse que achava que o estranho ali era ele com aquele comportamento altamente sufocante e aquele olhar...que dava medo, muito medo! E não é que o psico assumiu que era mesmo? E que eu não era a primeira pessoa a falar isso? Bom, o papo rendeu um pouco além disso. Ele começou a falar que entendia muito de psicologia e psiquiatria. Oi??? Mas não convém aqui entrar tanto em detalhes. Sei que no final tudo acabou bem, cada um foi para o seu lado e nunca mais tive notícias do estranhozinho. Só me perguntava até hoje como que, mesmo por instantes, eu achei aquele cara interessante. E encontrei a resposta somente agora, parando para escrever essa história. É simples e óbvio: mulheres carentes demoram a perceber olhos esbugalhados!